sexta-feira, 8 de agosto de 2008

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Seis horas da tarde. Diversos sinos começam a tocar, anunciando o anoitecer. Ao final da sexta badalada, e em um instante de silêncio sobrevoam corvos aparentando trazer consigo a morte.Tal silêncio entretanto é interrompido pelo disparar dos sinos. Entretanto não mais para anunciar as seis horas, e sim o final de todo mal que vivia naquela vila. Era Allessa chegando.Ela vinha, embora de boa vontade mas por outros motivos, vinha escoltada. Trazia em sua pálida face de seda, um sorriso demoníaco. Sua figura não denunciava o que vinha por acontecer. Seus cabelos negros, vestido rosa de rendas fina e clássicas davam a ela um ar de inocência, e não de que dalí a alguns instantes seria ela cruelmente executada. Um dos guardas a tomam pelos braços e a prendem em uma tora, onde ela aguarda seu fim. Seu pai, alterado pela situação, toma a tocha de um dos guardas e a joga na pira da própria filha, enquanto a mesma apenas o olha com aquele mesmo soriso, como se também estivesse amaldiçoando seu criador.No dia 6 de junho de 1666, numa vila quase fantasma no extremo norte da Espanha contra reformista, nasceu Allessa. Ela não chegou a conhecer sua mãe já que ela morreu com seu nascimento, mas curiosamente não fora somente ela mas também uma criação de cordeiros de seu pai. O pai, Nathan, um simples cortador de lenha de 25 anos que mais aparentava 38 devido aos seus anos de intenso labor, não conseguia destinguir seus sentimentos naquele monento. Tempos mais tarde, o único sentimento que queimava em seu coração em ralação a Allessa, era ódio. Òdio porque ele associou as recentes desgraças da sua vida ao nascimento da pequena Allessa. A conseqüencia desse ódio foi a rejeição da garotinha. O único momento em que seu pai lembrava dela, era na hora de aplicar severas punições cada vez que via seu armário de machados aberto. Desde pequenina, a garotinha sentia grande atração pelos machados de seu pai, ela tinha preferência por um, que brilhava mais que todos, era feito de prata e madeira maçica que ficava sempre no topo. Certa tarde Allessa aparecera com uma boneca de pano em casa. Tal fato perturbou a calma daquela casa :―De onde veio isso ?― Eu ganhei.―Ganhou aonde ?―Na igreja.―De quem ?―Do coveiro.―E o que você foi fazer lá ?―Fui Rezar. E pela primeira vez sua destração não foi ficar horas observando machados trancados em um armário, e, sim, brincar com aquela boneca suja de aparência amaldiçoada. Boneca esta que tomara horas de atenção de Allessa: a garotinha dialogava com a boneca como se uma pudesse entender a outra. Um dia a bonequinha lhe contou um segredo. No dia seguinte some o machado de prata de seu pai. E no terceiro dia sumia Allessa. Já havia escurecido quando Nathan notou que seu armário de machados estava aberto e que estava faltando seu machado de prata. Quando foi prourar na vila, avistou um tumulto de pessoas cercando a igreja. Movido pela incontrolável curiosidade, foi ver o que havia ocorrido. Incrédulo em que seus olhos lhe mostrava, não conseguia observar completamente o que se passava. Era Allessa, ela estava retorcida. Ela estava imóvel, com seu lindo vestido branco banhado em sangue vivamente vermelho em meio a restos mortais de um cordeiro. Evidentemente ela havia matado o cordeiro e espalhado seu sangue por toda a igreja e além disso revirou todas as imagens e estátuas da igreja, era como se tivesse rogado uma praga sobre a cidade.

Continua...

(Quero lembrar da importância que Daniel teve na criação dessa história... Obrigada Daniiel, por tuudo).